Hoje eu não me importei em cumprir os horários e prazos nem tampouco em atender o celular.
Pus os pés no colo dela e pousei os olhos fixos nas suas palavras e expressões.
Eu ri e dividi o riso dela pelo meu. Eu quis me emocionar, ela se manteve rija descrevendo cenários verdes, riachos, pães e natais em família.
Eu me espantei com a rigidez daquela que seria minha bisavó e ela se animou em falar mais.
Eu perguntei, ela me contou que naquela época, perto dos pais não havia chance de se tocar o noivo. Eles se beijavam delicadamente nos bailes e no escuro, escondidos. E se abraçavam na estrada de terra, entre uma colheita e outra, entre uma bacia de roupas pra bater no riacho e um pão para sovar.
Eles foram puros e simples. Viveram entre a natureza e o sonho da cidade.
Ela é aquilo que sonho ser um dia. Forte e amável, frágil e dura de forma tão delicada pelo seu corpo franzino e seus cabelos alvos.
Ela é minha fonte de alegria, amor, compaixão e ternura!
Minha vó...
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